segunda-feira, 17 de maio de 2010

Leitura

A leitura não é apenas a apropriação do ato de ler e escrever.
O processo de leitura tem sido concebido por vários educadores, durante muitos anos, como algo adquirido pela memorização. Então, ensinou-se durante décadas a ler seguindo uma seqüência lógica de conteúdos. Primeiro aprendiam-se as letras do alfabeto, iniciando-se pelas vogais, encontros vocálicos, depois consoantes, famílias silábicas, formação de palavras, frases e, finalmente, a criança estava pronta para iniciar a escrita de textos, ou seja, copiar textos prontos e sem sentido. O trabalho com leitura centrava-se unicamente na decodificação do texto. Por isso, a escola formou uma grande quantidade de leitores que, embora decodificassem textos, mostravam-se inaptos para realmente compreendê-los.
Estudos nesse campo definiram o ato de ler, em si mesmo, como um processo mental de diversos níveis que contribui significativamente para o desenvolvimento do intelecto. É por intermédio da leitura que ampliamos o nosso processo cognitivo e o processo de linguagem, pois a leitura deve ultrapassar as barreiras da decodificação. Não importa apenas conhecer uma língua e seus códigos de registro escrito; é relevante compreender o contexto sociocultural, pois a leitura é um processo em que o leitor interage com o texto, visando a obter uma informação determinada para satisfazer os objetivos que o levaram ao ato da leitura (ABRAMOVICH) ("ler não é apenas uma atividade mecânica e descontextualizada, mas uma atividade vital, que precisa ser, desde cedo, plena de significação)".